Data: 08-08-2012
Criterio:
Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Najas marina não é endêmica do Brasil, ocorrendo em cursos d'água, lagos e lagoas nos neotrópicos; forma extensos bancos de macrófitas, nos Estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. Os registros indicam sua presença nos domínios fitogeográficos Cerrado e Mata Atlântica; Bove (com. pess.) afirma que N. marina é uma espécie bastante resistente, ocorrendo em águas alcalinas, ácidas, salobras e hipersalinas. Além disso, a especialista afirma ser esta uma planta robusta, com propagação vegetativa abundante por partição da planta-mãe, formando assim, grandes adensamentos populacionais. Por sua ampla distribuição, capacidade de resistir a diferentes composições químicas dos ambientes aquáticos em que ocorre e grandes e robustas subpopulações, a espécie foi considerada "Menos Preocupante" (LC) em relação ao seu risco de extinção.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Najas marina L.;
Família: Hydrocharitaceae
Sinônimos:
Descrita em Sp. Pl., 2: 1015. 1753.
Não endêmica do Brasil, encontrada nos Estados Unidos, Bahamas, México, El Salvador, Panamá e América do Sul (Lowden, 1986); no Brasil ocorre nos Estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro (Bove, 2012).
Caracteriza-se por ervas aquáticas, dióicas (Lowden, 1986); podendo variar de 30 a 70 cm de comprimento (Rendle, 1899); polinização hidrofílica (Huang et al., 2001); dispersão ictiocórica (Agami; Waisel, 1988).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
O ecossistema Restinga está seriamenteameaçado ao longo de toda a costa brasileira, devido à forte pressão antrópicacausada pela pecuária, agricultura, desenvolvimento urbano, e turismo. Apenaspoucas áreas deste ecossistema estão protegidos (precariamente), e açõesurgentes são necessárias a fim de assegurar a conservação desse importanteecossistema (Delprete, 2000).
1.1 Agriculture
Detalhes
Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
1.2.1.1 International level
Observações: Espécie considerada "Menos preocupante"(LC) (IUCN, 2011).
1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).
- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.
- HUANG, S.; GUO, Y.; ROBERT, G.W.; SHI, Y.; SUN, K. Mechanism of underwater pollination in Najas marina (Najadaceae)., Aquatic Botany, v.70, p.67-78, 2001.
- MANI, S. Najas marina in IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/164322/0>. Acesso em: 10/05/2012.
- BOVE, C.P. Najas marina in Najas (Hydrocharitaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB036303>.
- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.
- DELPRETE, P.G. Melanopsidium Colla (Rubiaceae, Gardenieae): a monospecific Brazilian genus with a complex nomenclatural history., Brittonia, v.52, p.325-336, 2000.
- LOWDEN, R.M. Taxonomy of the genus Najas L. (Najadaceae) in the neotropics., Aquatic Botany, Amsterdam, v.24, p.147-184, 1986.
- RENDLE, A.B. A Systematic Recision of the Genus Najas., p.379-436, 1899.
- HUANG, S.; GUO, Y.; ROBERT, G.W.; SHI, Y.; SUN, K. Mechanism of underwater pollination in Najas marina (Najadaceae)., Aquatic Botany, v.70, p.67-78, 2001.
- AGAMI, M.; WAISEL, Y. The role of fish in distribution and germination of seeds of the submerged macrophytes Najas marina L. and Ruppia maritima L., Oecologia, v.76, p.83-88, 1988.
- MALTCHIK, L. Ecologia de rios intermitentes tropicais. Perspectivas na Limnologia do Brasil. 0.
CNCFlora. Najas marina in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Najas marina
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 08/08/2012 - 17:15:53